Canela-Preta Chicken

Ark of taste
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Galinha Caipira Canela-Preta

The dark canella free-range chicken, raised in the Piauí state and in the “caatinga” biome, is highly prized by the people in northeast Brazil. It is a naturalised species, part of various local breeds with a high genetic variability and very hardy. It is best known for its feet, phalanxes and black body, with white, black, red or golden pigmentation on its neck feathers, but its chicks have white spots on their chests up to 7 days.

Their reproductiveness starts when they are 7/8 months old. Their eggs are multi-coloured, from bluish-green to yellow or even intense red. They are consumed by the families that raise them and surplus is sold as part of the family income.
The production system is extensive, feed is based on local vegetation, with the addition of only corn. Water with lemon in it is administered to prevent rhinitis, epazote paste for contusions, garlic for throat infections and local plant ashes against lice.

Once these chickens were raised by small growers, but when commercial, more productive and precocious breeds were introduced, and with an influx of outside breeds, they started to disappear. The breed today is kept only by quilombos and indigenous people, even though conserving these chickens is indispensable to the people’s history and it is highly prized in local cuisine.

A distribution network has been initiated to preserve them, unions and breeders promote their re-introduction by distributing chicks, and courses and conferences are organised for small farmers and agricultural students. This effort has allowed the breed to be re-introduced in 21 municipalities in Piauí and Maranhão.

The meat on these chickens is dark compared to other Brazilian chickens and is used to prepare certain delicacies: a broth called “pirão de parida”, free-range chicken in brown sauce or in babaçu coconut milk, or fried, the “galinhada” and fried egg in milk cream or babaçu coconut oil.

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Muito apreciada pela população do Nordeste do Brasil, a raça de galinha caipira canela-preta é encontrada no estado de Piauí e possivelmente em outras regiões do Nordeste, predominantemente no bioma Caatinga.

As galinhas caipiras brasileiras fazem parte de uma espécie naturalizada, contendo várias raças nativas que são caracterizadas principalmente por serem detentoras de alta variabilidade genética e possuir grande rusticidade. A formação de raças nativas a partir de animais trazidos durante a colonização possibilitou uma maior variabilidade genética em suas composições raciais em função dos cruzamentos aleatórios.

Essa variedade se caracteriza principalmente por possuir tarso e falanges de coloração preta, corpo predominantemente preto, com pigmentações nas penas do pescoço com as cores branca, preta, dourada ou vermelha. Nessa raça, ocorre dimorfismo sexual, ou seja, os machos são diferentes das fêmeas, normalmente de cor vermelha ou prata.

Os ovos das galinhas são multicolor desde azul esverdeados, amarelos ou até vermelhos intensos. São consumidos pelas famílias dos produtores e o excedente comercializados em feiras e venda direta, contribuindo com a complementação da renda da família.

As galinhas canela-preta iniciam a idade reprodutiva aos 07 ou 08 meses de vida. Os pintos apresentam manchas branca somente no peito até o 7º dia de vida. A espécie é criada por pequenos agricultores familiares e usada para alimentação, como fonte de proteína ou vendida nas feiras locais.

O sistema de produção utilizado para criação dessas aves é o tradicional: regime extensivo e com alimentação no campo, baseada de vegetação nativa. Tradicionalmente as aves são alimentadas somente com milho no início e ao final do dia, sendo o restante da dieta adquirida no campo.
O tratamento das aves, é feito de modo caseiro sendo muito utilizado colocar limão na agua para a prevenção do gôgo, pasta de mastruz para contusões e ferimentos, alho para infecções de garganta e cinzas de plantas locais para combater piolhos.

Essas galinhas eram criadas por pequenos produtores familiares mas com a introdução de raças comerciais quase chegaram à extinção, com promoção de raças comerciais como sendo muito mais produtivas e precoces, mais o fator da dependência permanente de insumos externos. Devido a esse fator, a raça canela-preta vem sendo encontrada hoje principalmente em comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas), Sua conservação se torna imprescindível por fazer parte da história desses povos, além do grande valor na culinária da região.

Para conservação dessa raça existe uma rede de parcerias formada entre instituições governamentais (Universidade Federal do Piauí, Embrapa e AGERP), não governamentais (Fundação Santa Ângela, Fundação Dom Edilberto, Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Queimada Nova – PI, Associação das Escolas Famílias Agrícolas do Piauí, Associação das Casas Familiar Rurais do Maranhão e produtores de pintos (Darllan Evangelista, Miguel Cavalcante, Pacelli Rodrigues e Marcos Jacob de Oliveira Almeida), as quais promovem a reintrodução da raça através da distribuição de pintos, cursos e palestras voltados para pequenos produtores rurais e jovens estudantes de escolas agrícolas. Esse trabalho tem como resultado atual a reintrodução da raça em 21 municípios do Piauí e 8 no Maranhão.

A reintrodução só ocorre em áreas identificadas como região de presença da raça. Antes de iniciar a reintrodução, são promovidas palestras, onde se busca relatos de moradores locais sobre a existência no passado ou no presente dessas galinhas e se necessário um prévio levantamento a campo em busca de vestígios da presença da raça ou de aves mestiçadas.

Os Produtores e comunidades quilombolas de Queimada Nova estão entre os mais atendidos na reintrodução das aves, uma vez que a região pode ser considerada o berço da raça canela-preta, onde as aves estão mais bem preservadas e os produtores tem tomado para si a responsabilidade de proteger a raça como parte do patrimônio genético e cultural deles próprios, considerada como uma “semente crioula animal”.

A galinha canela-preta tem carne de coloração mais escura se comparado com as demais galinhas caipiras brasileiras. São consideradas como uma iguaria pela população nordestina, as diversas formas de preparar deram origem aos seguintes pratos tradicionais:
Pirão de Parida, Galinha caipira ao molho pardo, Galinha caipira ao molho, Galinha caipira ao leite de coco babaçu, Galinha caipira frita, Galinhada e Ovos fritos feitos em manteiga de leite ou em óleo de coco babaçu.


Territory

StateBrazil
Region

Piauí

Other info

Categories

Breeds and animal husbandry

Nominated by:Marcos Jacob de Oliveira Almeida