Cacau-de-Várzea do Amazonas
The center of origin of cocoa is in the Amazon, more specifically along the banks of the Amazon River, according to most botanical researchers of the area (CEPLAC – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira). From there, it expanded in two directions, giving origin to two cocoa groups: Criolo, occurring in Central America and Southern Mexico, and forasteiro, diffused along the waterways of the Amazon Basin and Guyanas. Later, it was diffused to other areas of the Brazilian territory, like southern Bahia, as well as abroad, like the Ivory Coast – now the world’s biggest cocoa producer. Through genetic improvement, many hybrids with higher commercial appeal were developed.
Cacau-de-varzea (Amazonas riverbank cocoa) belongs to the Malvaceae family, and can reach up to 10 m, but is usually pruned to about 4 in order to facilitate harvest. It has small, cauline flowers, blooming between December and April. The fruits are berries that can reach up to 300g and have a smooth, wrinkly or craggy shell, changing from green to yellow with maturation. They have a white, slightly sour pulp and mature between April and September, with between 20 and 40 dark seeds each. It grows exclusively on deep, porous and slightly acidic soils in hot and humid climates.
In the Amazon, the largest production area of cacau-de-varzea is along the Madeira River, especially between its spring and the middle, as well as in the municipality of Urucurituba in the State of Amazonas.
The Brazilian Amazon stores most of cocoa biodiversity, found in floodplains as well as dry land woods (in smaller quantities). Riparian communities use the cocoa trees for extractivism, but manage the clumps to increase productivity,
Cacau-da-varzea is historically managed by the riparian families living along the banks of the Madeira and Amazon Rivers. The harvest is atypical: unlike in other places, the trees usually have to be approached with canoes during the floods, which are getting higher each year in the Amazon. These floods, together with the high summer temperatures of recent years, are threatening native cocoa trees, putting the food and economical security, as well as the culture of about 26’000 local families who directly benefit from them, at risk.
Studies show that this cocoa has a higher melting point and fat content than any other cocoa type. Sensory analysis shows that it has unique flavor and aromatic profiles and can be used for fine chocolate production, in addition to being sustainable and carrying historical importance.
The pulp of cacau-da-varzea can be eaten raw or as juice, jam, ice cream and used for distillates or vinegar. The seeds can be transformed into fine single origin chocolate, cacao nibs, liqueurs (cacauari), ice creams and others. It can be used as cocoa honey and in gastronomy. The shell can be used for feeding animals like cattle, pigs, birds and fish; entire or dried and powdered
Back to the archive >O cacau-de-várzea pertencente à família das Malváceas, é uma árvore que atinge cerca de 10m, mas costuma ser podada aos 4m para facilitar a colheita dos frutos. As flores são pequenas e caulinares, formadas entre dezembro e abril. Os frutos são bagas que chegam a 300g, de casca lisa, sulcada ou rugosa, verdes quando imaturos e amarelos quando maduros. Apresentam polpa branca de sabor acidulado e amadurecem entre abril e setembro, contendo entre 20 e 40 sementes, de cor escura. Exige solos profundos, porosos, levemente ácidos e clima quente e úmido.
Dentro da Amazônia, o maior polo produtor do cacau-de-várzea se localiza ao longo da calha do Rio Madeira, principalmente em sua metade e foz, além do município de Urucurituba no estado do Amazonas.
A Amazônia brasileira apresenta boa parte da biodiversidade de cacau, encontrada na várzea e também na floresta de terra firme, mas em menor abundância. As populações ribeirinhas se relacionam com os cacaueiros de forma semiextrativista, manejando as touceiras e aumentando sua produtividade.
O cacau-da-várzea vem sendo manejado historicamente pelas famílias ribeirinhas que habitam as margens do Rio Madeira e Amazonas. Sua coleta é atípica: diferentemente do que se faz em outras localidades, na grande maioria das vezes é preciso chegar aos pés de cacau com o auxílio de canoas, já que as cheias da Amazônia estão maiores a cada ano. Tais cheias, juntamente com as altas temperaturas que os verões tem atingido, estão sacrificando os cacoais nativos, comprometendo a segurança alimentar e econômica das famílias que se beneficiam diretamente deles, além de ceifar a história e a cultura de cerca de 26 mil famílias amazônicas.
Estudos validam que este cacau possui um ponto de fusão mais elevado e as taxas de gordura são maiores que qualquer outro cacau do mundo. Testes sensoriais e organolépticos indicam que este cacau possui aromas e sabores inigualáveis para a produção de chocolates finos, além de todo o conceito histórico e sustentável que carrega.
Esse cacau pode ser consumido in natura da polpa na forma de sucos, geleias, sorvetes, destilados e fermentados como vinagres. Chocolates finos e de origem, nibs de cacau, licores (cacauari), sorvetes, e outros derivados. Mel de cacau e pratos de cozinha. A casca do cacau é utilizada para alimentar animais como gado, porcos, aves e peixes, in natura ou seca na forma de farinha.